Cheiro de livro, de tinta, de mar. Cheiro de dama-da-noite, de bolo no forno, de casa de vó.
Em um desses dias que não sabemos ao certo se o papo acaba em riso ou choro, inquietos e em silêncio, buscávamos uma resposta: o que anda acontecendo com nossas… coisas?
O livro que folheávamos, o disco que tocávamos, a foto que rasgávamos foram parar num lugar que, por falta de nome mais familiar, passamos a chamar de “nuvem”. Um espaço ainda obscuro para onde nossas lembranças visuais, táteis, olfativas e sonoras são enviadas segundo após segundo, ao mesmo tempo em que nos acompanham em qualquer lugar e a todo instante.
Como membros dessa geração conectada e acelerada, não desprezamos as incríveis possibilidades desse fenômeno tecno-meteorológico. Queremos menos ainda abrir mão desse enorme Cumulus nimbus de informação, sempre ao alcance de um toque, na velocidade de um milissegundo.
Mas parece que, às vezes, falta. Falta a textura do papel, o peso do álbum no colo, a poeira sobre a estante de livros. Falta lembrar que somente quando a nuvem vira água é que sentimos o cheiro de chuva. Nós, do Imagens de Papel, não temos propriamente uma missão, nós temos um convite:
Façamos a nuvem chover!